domingo, 13 de fevereiro de 2011

ITEP faz enterro sem indentificação de corpos

Diante da situação extrema na qual se encontra o Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep), onde a câmara frigorífica não funciona adequadamente e a quantidade de corpos acumulada extrapola a capacidade do Instituto, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) encontrou espaço nos cemitérios Bom Pastor I e II para enterrar 10 corpos sem identificação.

 Alguns dos cadáveres estão há mais de seis meses na geladeira, e nem todos permanecem sem identidade reconhecida, como o da empresária portuguesa Rosa Maria Silveira de Mendonça, morta por asfixia em 23 de agosto  do ano passado, em Tibau do Sul. O atendente do necrotério afirmou  que desde o dia 25 de agosto de 2010, quando os exames cadavéricos foram concluídos, o corpo estava liberado. A família da empresária chegou a informar, em entrevista à TRIBUNA DO NORTE,  que o corpo seria cremado. Porém, até hoje, o corpo permanece no Instituto.

 De acordo com informações do necrotomista Edmar Pereira, nenhum dos cadáveres sepultados deram entrada no Itep este ano.  Envoltos por um plástico marrom com um número de identificação afixado à parte superior do saco (parecido com sacos de dormir  usados em acampamentos) em cada um deles, os corpos foram sepultados no início da tarde de ontem em valas comuns.

 A dificuldade em se encontrar espaços nos cemitérios públicos de Natal que recebem corpos não identificados – Bom Pastor I e II, apenas - contribuem para o acúmulo de cadáveres deste tipo na geladeira do Itep. O espaço destinado para os cadáveres fica entre o meio-fio da parte interna de cada cemitério e dos demais túmulos. Além disso, o espaço não recebe nenhuma identificação pública. Somente os funcionários que administram os cemitérios e a Semsur sabem onde os corpos estão enterrados.

 A identificação dos locais é feita baseada na localização de túmulos fixos, visto que, de acordo com o administrados do cemitério, aquelas valas são provisórias. Apesar de denominá-las como provisórias, o índice de exumações para sepultamento após reclamação do corpo por algum familiar é quase inexistente. Os demais cemitérios geridos pelo Governo Municipal não tem mais  como receber nenhum cadáver.

 Corpos de todos os municípios são trazidos para a sede do Instituto, na Ribeira, para serem necropsiados e liberados para sepultamento. Quando o corpo permanece sem identificação, pode ficar até 45 dias sob a responsabilidade do Estado, conforme rege a lei. Vencido este prazo, os corpos podem ser enviados para instituições de ensino superior, como a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para serem utilizados em aulas práticas dos cursos da área biomédica ou enterrados.

 “Nós mantemos estes corpos durante todo este tempo pois tínhamos como acomodá-los. Hoje não temos mais espaço, e a geladeira não funciona adequadamente e a solução é enterrá-los”, comentou Edmar. Além dos vinte corpos que aguardavam sepultamento, mais cinco haviam chegado ao Instituto para necrópsia na tarde de ontem. Um deles estava sem identificação e deveria ser enterrado, o que não foi confirmado pelos funcionários do Itep.

Um comentário:

Anônimo disse...

Rosa Maria Silveira Mendonçc era prima da minha mulher.Gostariamos de saber se a sua filha, de nome Natacha fêz o funeral ou cremou-a. Cá nos Açores minguem sabe de nada.
Melhores Cumprimentos,
albano.vale@sapo.pt