sábado, 17 de agosto de 2013

ALERTA ! ASSASSINATOS NO RN JÁ SOMAM 936 SOMENTE ESTE ANO



O número de assassinatos ocorridos no Rio Grande do Norte em 2013 já representa 76,78% do total de casos registrados no ano passado. Segundo os dados do setor de estatística da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), foram 933 casos até a quarta-feira,  14, enquanto em todo o ano de 2012 ocorreram 1.219. Mas ontem, já foram registrados mais três assassinatos, totalizando 936.

Esses números dizem respeito aos crimes contra a vida de um modo geral, envolvendo latrocínios, homicídios, lesão corporal seguida de morte [quando a vítima morre no hospital] e mortes em confronto com a polícia. Os dados da Sesed também mostram que nos sete primeiros meses deste ano houve crescimento nas taxas desses crimes no Estado. No mês de maio aconteceu o maior pico de ocorrências. Em 2012 foram 103 e este ano 143.Este ano, maio foi o mês mais violento, com 143 assassinatos
O secretário responsável pela pasta de Segurança Pública, Aldair da Rocha, foi procurado pela reportagem para falar acerca da resolutividade desses crimes, no entanto não atendeu às ligações. De toda forma, uma reportagem publicada na TRIBUNA DO NORTE em 12 de maio passado trouxe a informação, repassada pelos órgãos fiscalizadores da Segurança Pública estadual, de que somente 5% dos casos de homicídios foram elucidados em 2012.

Este ano, a dificuldade em dar solução e prender os culpados nessa espécie de crime continua. As reclamações dos delegados sobre a falta de estrutura para investigação e o acúmulo de trabalho são recorrentes. Ana Cláudia Saraiva, presidente da Associação de Delegados da Polícia Civil (Adepol), destacou que a insuficiência de pessoal é o maior problema enfrentado pela categoria. “A criação da Divisão de Homicídios é fundamental para frear esses números, ainda mais com a saída da Força Nacional do nosso estado”, opinou Ana Cláudia.

A delegada se refere ao projeto anunciado como “prioridade número um” pelo secretário Aldair da Rocha quando assumiu a Sesed. A última notícia que se tem sobre o andamento do projeto é de que o Governo do Estado assinaria o convênio do programa “Brasil Mais Seguro”, do Governo Federal, para conseguir a implementação. No entanto, nada saiu do papel. Aldair da Rocha também foi procurado para informar sobre a Divisão, mas não foi localizado.

A escalada de violência no Rio Grande do Norte não atinge somente pessoas adultas. A TN trouxe na edição da sexta-feira, 16, reportagem que mostrou os números elevados de mortes de adolescentes. Nos seis primeiros meses deste ano, 270 crianças e adolescentes foram assassinados. Entre 2010 e 2013, a prática de crimes contra essa parcela da sociedade cresceu 300%, segundo levantamento do Poder Judiciário potiguar. O percentual de adolescentes mortos nos primeiros seis meses deste ano chegou a 83,59% do total de óbitos registrados na faixa etária de 14 a 21 anos ao longo de 2012. Em paralelo, o cometimento de atos infracionais por eles aumentou significativamente e migrou para crimes cada vez mais violentos.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

SESSÃO NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL TERMINA EM DISCUSSÃO DE MINISTROS

Os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski antes de sessão para julgar recursos do mensalão, nesta quarta (Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF)
A sessão desta quinta-feira (15) doSupremo Tribunal Federal (STF) de julgamento dos recursos dos condenados no processo do mensalão foi encerrada no final da tarde imediatamente após uma discussão entre o presidente Joaquim Barbosa e o vice Ricardo Lewandowski
Em meio a um debate sobre o recurso do ex-deputado Bispo Rodrigues, em relação ao qual os dois divergiram, Joaquim Barbosa acusou Lewandowski de fazer "chicana" (no jargão jurídico, uma manobra para dificultar o andamento de um processo).
Lewandowski tinha sugerido interromper a discussão sobre o assunto para reiniciá-la nasemana que vem, mas Barbosa foi contra.
"Presidente, nós estamos com pressa de quê? Nós queremos fazer justiça", afirmou Lewandowski. "Nós queremos fazer nosso trabalho. Fazer nosso trabalho e não chicana", respondeu Barbosa.
Em seguida, Lewandowski indagou ao presidente se estava sendo acusado de fazer chicana e pediu retratação.
"Vossa excelência está dizendo que eu estou fazendo chicana? Peço que vossa excelência se retrate imediatamente". Barbosa disse: "Eu não vou me retratar, ministro".
"Estou trazendo um argumento [...] apoiado em fatos. Apoiado em fatos, em doutrina. Eu não estou brincando presidente. Vossa excelência está dizendo que estou brincando? Eu não admito isso [...] Vossa excelência preside uma casa de tradição multicentenária", reagiu Lewandowski. "E que vossa excelência não respeita", completou Barbosa.
Durante a discussão, o ministro Celso de Mello fez uma intervenção e sugeriu que a sessão fosse interrompida para ser retomada na próxima semana a partir do ponto onde parou.
“São importantes as razões que o eminente ministro Lewandowski suscita e expõe. Tem sido tradição nesta corte, quando um ministro está em dúvida e prefere não pedir vista, ao invés disso, porque, talvez, nós pudéssemos encerrar a sessão. [...] Na quarta-feira, podemos partir deste ponto apenas.”
Após a discussão, a sessão foi encerrada. Leia abaixo o diálogo entre os ministros.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

CONEXÃO VERDE: EXTINÇÕES HÁ 12 ANOS PODEM TER EMPOBRECIDO SOLO DA AMAZÔNIA

Ilustração mostra como seria o gliptodonte, 'parente' do tatu que chegava a medir 3 metros; extinção de espécie pode ter ajudado a empobrecer solo da Amazônia (Foto: Pavel Riha/Wikicommons)

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, e pela UniversidadePrinceton, dos Estados Unidos, afirma que a extinção de grandes animais há cerca de 12 mil anos, principalmente herbívoros, pode ter contribuído para que o solo de vastas regiões da Amazônia perdesse nutrientes e ficasse mais "pobre" em fósforo do que era no passado.


O estudo foi publicado neste domingo (11), no site da revista "Nature Geoscience". Análises sobre a influência da extinção da megafauna na bioquímica do solo de florestas, cerrados e outras áreas até agora haviam sido pouco representativas, afirmam os cientistas.
Eles dizem que animais como o gliptodonte ("parente" dos tatus que chegava a medir até 3 metros de comprimento) e a preguiça-gigante, que foram extintos, faziam o transporte "lateral" de nutrientes. Fósforo e outros elementos eram espalhados através das fezes, de restos de alimentos e dos cadáveres destes seres, diz o estudo.
Um modelo matemático criado pelos pesquisadores analisa o transporte "lateral" como método de difusão de substâncias. "Demonstramos que grandes animais tinham um papel essencial na transferência de nutrientes em áreas extensas", ressaltam os cientistas, na pesquisa.
O efeito da extinção das espécies na Floresta Amazônica, principalmente na região leste, foi a redução do fluxo "lateral" de fósforo em mais de 98%, estimam os pesquisadores. Casos semelhantes podem ter ocorrido na Ásia, Europa e Austrália, mas com efeitos menores, afirma o estudo.
"A atual limitação do fósforo disponível em certas regiões da Amazônia pode ser parcialmente a 'herança' de um ecossistema sem a conexão funcional que teve no passado", ponderam os pesquisadores, no texto publicado pela "Nature Geoscience".