quarta-feira, 9 de maio de 2012

CONEXÃO VERDE: TRANSPORTE E CIDADE LIMPA


Foto Divulgação Amyris

Investir em transporte público de qualidade e em quantidade suficiente, capaz de tirar o ‘enxame’ de carros e motos que circula por nossas ruas é, hoje, tarefa vital. Afinal, o trânsito caótico e poluição veicular estão castigando a maioria das grandes cidades brasileiras. Felizmente, algumas capitais têm avançado nessa questão, apostando em combustíveis alternativos e limpos.
Um deles é o diesel renovável produzido a partir da cana-de-açúcar, em substituição ao produto convencional derivado do petróleo. Seu uso já é realidade em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro e representa um avanço importante, uma ação concreta no combate às mudanças climáticas. Isso porque ele reduz as emissões de gases de efeito estufa, de particulados e de outros gases nocivos, melhorando a qualidade do ar e, consequentemente, o bem-estar nas grandes metrópoles.
O novo diesel é produzido pela Amyris, empresa com sede em Campinas (SP), e já abastece parte da frota de ônibus de São Paulo, onde os testes tiveram início em 2010. Além de derivar de uma matéria-prima renovável, a cana, e conter menos enxofre, ele funciona bem mesmo em temperaturas extremamente baixas. Outro diferencial é o fato de não exigir adaptações do motor ou de outras estruturas dos veículos, como é o caso do GNV.
 “Como não requer adaptações, o custo é praticamente nulo para quem implanta, o que representa economia e flexibilidade, principalmente para frotistas e garagistas. Nesse primeiro momento, nosso foco de mercado são exatamente as frotas de ônibus das grandes capitais. Em Belo Horizonte, estamos em negociação e esperamos iniciar os testes em breve,” explica o engenheiro químico Adilson Liebsch, diretor da Área de Combustível da Amyris.
Atualmente, a produção desse diesel renovável é terceirizada. Mas, ainda este ano, a empresa vai inaugurar sua primeira planta produtiva, na Usina Paraíso, em Brotas (SP). A produção gira em 100 mil litros/mês, mas a expectativa é de aumento, com a expansão do uso em outras frotas e capitais. Em relação o custo, Liebsch explica que, por força de contrato, não pode revelar o preço de venda do litro, mas esclarece que à medida que produção e demanda se estabilizarem, o custo final deverá ficar um pouco acima do valor do diesel convencional, mas abaixo do preço do biodiesel.
Esse exemplo de ‘mudança verde’ no transporte público é animador e bem-vindo. Afinal, segundo dados doInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a nossa frota de veículos cresceu 114% nos últimos 10 anos, totalizando 63,7 milhões em todo o Brasil. As motos registraram maior elevação, com 284,4%. O número de carros aumentou 83,5%, enquanto a frota de ônibus cresceu 70,6%, entre 2000 e 2010.

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