Em situações normais, um clássico entre Brasil e Argentina nem precisaria de ingredientes extras para ser recheado de emoção. Mas o duelo desta quarta-feira, pelas quartas de final da Copa do Mundo de Futsal da FIFA, ficou longe de ser comum. Primeiro pela surpresa de ver os rivais saírem na frente em 2 a 0 e liderar o placar em quase todo jogo. Depois, pela entrada salvadora de Falcão, o astro que quase perdeu o Mundial por lesão, mas voltou na hora certa para comandar a virada por 3 a 2, com dois gols, um deles na prorrogação.
Maior jogador da atualidade, Falcão se contundiu logo na primeira partida e chegou a pensar que não se recuperaria a tempo. Para piorar, ainda sofreu uma paralisia facial por conta do estresse que vem prejudicando sua visão. Com tudo isso, voltou na oitavas e, hoje, foi decisivo, não conseguindo segurar o choro em quadra após o gol que deu a classificação.
“Tem histórias que ficam eternizadas, e o dia de hoje vai ser assim”, destacou o camisa 12 logo após a partida, em entrevista ao Sportv. “Quem diria que estaria aqui, com essa paralisia, que atrapalha muito? Mas Deus me ajudou, e estou podendo ajudar meu país. Não sei se vamos ser campeões, mas é um dia para ficar na história, pelo menos para mim.”
A vitória especial de Falcão e do Brasil garantiu a equipe de Marcos Sorato na semifinal e manteve uma escrita: em sete edições do Mundial, o país nunca deixou de participar desta fase. Vivo na busca pelo pentacampeonato – venceu em 1989, 1992, 1996 e 2008 –, encara agora mais um sul-americano, a Colômbia, que derrotou a Ucrânia por 3 a 1.
Clássico é clássico
Como todo bom confronto entre Brasil e Argentina, a partida no Ginásio Huamark, em Bangcoc, foi nervosa, com chances para os dois lados e, claro, com muitas faltas. Algumas delas, aliás, complicaram o Brasil no primeiro tempo: em duas cobranças seguidas, os argentinos quase marcaram e, mais tarde, Jé levou dois cartões amarelos e foi expulso.
Com a bola rolando, o Brasil era melhor e tinha mais de 60% da posse da bola. O que faltava, no entanto, era uma finalização mais precisa. Quando conseguia, como em chances de Fernandinho eNeto – o melhor em quadra –, parava na inspirada atuação do goleiro Santiago Elias.
Curiosamente, o melhor momento brasileiro aconteceu quando ficou com um a menos, disparando em três contra-ataques perigosíssimos. Se desperdiçou a oportunidade com um a mais, a Argentinasurpreendeu mais tarde, quando marcou dois gols. Faltando pouco mais de três minutos, Santiago Basile puxou um rápido contra-ataque, que Maximiliano Rescia completou no cantinho. Aproveitando o descontrole do rival, Cristian Borruto aumentou, girando para cima de Ari e chutando por debaixo das pernas de Tiago.
Foi um choque para a Seleção, que dominava o jogo, mas seguia bem abaixo das apresentações anteriores. E foi precisa muita paciência – e um toque de genialidade de Falcão – para que a situação mudasse. Na volta do intervalo, a pressão brasileira foi enorme, com os jogadores rondando a áreaArgentina e buscando espaço com toques rápidos. Além de Elias, a trave parecia estar jogando contra. Foram cinco bolas que carimbaram o poste, uma delas com Simi em boa jogada individual.
Falcão entra
Quando a partida começava a ficar dramática – e o relógio colocava ainda mais pressão –, Falcão entrou em cena, primeiro para cobrar uma falta e, mais tarde, para buscar alternativas na fechada defesa rival. E foi com ele em quadra – e a menos oito minutos para o fim – que aconteceu o empate. Com mais espaço, Neto acertou um belo chute cruzado, sem chances para Elias. Logo depois, Falcão recebeu na entrada da área e fez o simples, chutando de bico e empatando.
Melhor em quadra, o Brasil não conseguiu aproveitar o momento, mas foi para a prorrogação com o moral elevado. Alternando bons e maus momentos, o camisa 10 Fernandinho foi o primeiro a aparecer, quase marcando em jogada de pivô. E o relógio já caminhava para o fim da etapa, quando, em outro lance aparentemente simples, Falcão fez o da virada, chutando de primeira após cobrança de escanteio.
O choro foi, então inevitável, mas o astro voltou para o banco em seguida. Com a missão cumprida, ele ainda viu seus companheiros perderam inúmeras chances de aumentar o placar, já quando aArgentina tentava empatar com o próprio Elias atuando como goleiro-linha. O fim do jogo trouxe o alívio, a classificação e a certeza de que este dia ficará para sempre na memória de Falcão.
Como todo bom confronto entre Brasil e Argentina, a partida no Ginásio Huamark, em Bangcoc, foi nervosa, com chances para os dois lados e, claro, com muitas faltas. Algumas delas, aliás, complicaram o Brasil no primeiro tempo: em duas cobranças seguidas, os argentinos quase marcaram e, mais tarde, Jé levou dois cartões amarelos e foi expulso.
Com a bola rolando, o Brasil era melhor e tinha mais de 60% da posse da bola. O que faltava, no entanto, era uma finalização mais precisa. Quando conseguia, como em chances de Fernandinho eNeto – o melhor em quadra –, parava na inspirada atuação do goleiro Santiago Elias.
Curiosamente, o melhor momento brasileiro aconteceu quando ficou com um a menos, disparando em três contra-ataques perigosíssimos. Se desperdiçou a oportunidade com um a mais, a Argentinasurpreendeu mais tarde, quando marcou dois gols. Faltando pouco mais de três minutos, Santiago Basile puxou um rápido contra-ataque, que Maximiliano Rescia completou no cantinho. Aproveitando o descontrole do rival, Cristian Borruto aumentou, girando para cima de Ari e chutando por debaixo das pernas de Tiago.
Foi um choque para a Seleção, que dominava o jogo, mas seguia bem abaixo das apresentações anteriores. E foi precisa muita paciência – e um toque de genialidade de Falcão – para que a situação mudasse. Na volta do intervalo, a pressão brasileira foi enorme, com os jogadores rondando a áreaArgentina e buscando espaço com toques rápidos. Além de Elias, a trave parecia estar jogando contra. Foram cinco bolas que carimbaram o poste, uma delas com Simi em boa jogada individual.
Falcão entra
Quando a partida começava a ficar dramática – e o relógio colocava ainda mais pressão –, Falcão entrou em cena, primeiro para cobrar uma falta e, mais tarde, para buscar alternativas na fechada defesa rival. E foi com ele em quadra – e a menos oito minutos para o fim – que aconteceu o empate. Com mais espaço, Neto acertou um belo chute cruzado, sem chances para Elias. Logo depois, Falcão recebeu na entrada da área e fez o simples, chutando de bico e empatando.
Melhor em quadra, o Brasil não conseguiu aproveitar o momento, mas foi para a prorrogação com o moral elevado. Alternando bons e maus momentos, o camisa 10 Fernandinho foi o primeiro a aparecer, quase marcando em jogada de pivô. E o relógio já caminhava para o fim da etapa, quando, em outro lance aparentemente simples, Falcão fez o da virada, chutando de primeira após cobrança de escanteio.
O choro foi, então inevitável, mas o astro voltou para o banco em seguida. Com a missão cumprida, ele ainda viu seus companheiros perderam inúmeras chances de aumentar o placar, já quando aArgentina tentava empatar com o próprio Elias atuando como goleiro-linha. O fim do jogo trouxe o alívio, a classificação e a certeza de que este dia ficará para sempre na memória de Falcão.
O que eles disseram:
"Vou dizer apenas uma coisa: meus jogadores são heróis, e o Brasil nos derrotou apenas porque eles têm mais profissionais."
Fernando Larrañaga, técnico da Argentina.
"Vou dizer apenas uma coisa: meus jogadores são heróis, e o Brasil nos derrotou apenas porque eles têm mais profissionais."
Fernando Larrañaga, técnico da Argentina.
"Foi uma ótima partida, uma que você espera ver pelas quartas de final de uma Copa do Mundo. Nunca pensei que o jogo estava perdido quando ficamos atrás por 2 a 0, na verdade. Decidi não falar muito para meus jogadores durante o intervalo porque eles estavam fazendo tudo certo. Hoje vencemos por causa da qualidade e da personalidade desses jogadores."
Marcos Sorato, técnico do Brasil
Marcos Sorato, técnico do Brasil
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