sábado, 11 de fevereiro de 2012

BOMBEIROS SÓ ATENDEM A EMERGÊNCIAS NAS PRAIAS DO RIO DE JANEIRO


Os bombeiros do Grupamento Marítimo (Gmar) estão prestando apenas atendimentos emergenciais nas praias do Rio neste sábado (11) e só vão normalizar as atividades quando o cabo Benevenuto Daciolo, preso na noite da última quarta-feira (8) for solto, informou o sargento Paulo Nascimento, do 1º Grupamento de Socorro e Emergência (GSE). Ele é um dos líderes da categoria no movimento grevista iniciado há dois dias por policiais civis e militares e pelos bombeiros do Estado.

Na orla da zona sul, alguns postos do Gmar estão vazios e em outros, poucos militares que se apresentaram não estão usando os uniformes vermelhos do grupamento. "Eles até estão fazendo atendimentos, mas apenas os emergenciais, e estão descaracterizados. Não colocaram a roupa [uniforme de trabalho]. Temos que mostrar que a greve está ocorrendo", disse Nascimento.
Segundo o sargento, o movimento segue parâmetros legais. "O atendimento está sendo feito precariamente, mas está sendo feito. A gente está usando a lei. Temos a adesão de praticamente 90% das categorias na paralisação e, nesse total, 30% do atendimento estão sendo feitos", disse.
Nascimento explicou que a manifestação não busca apenas melhoria salarial, mas melhores condições de trabalho e dignidade. Segundo ele, muitas vezes os bombeiros vão para as ruas salvar vidas e acabam se acidentando ou morrendo porque não têm equipamentos de segurança.

Por ser uma das lideranças do movimento, Paulo Nascimento admitiu que pode ser preso
"Estou pronto para ser preso. Se tiver que me apresentar, vou me apresentar. Não temos medo disso. A gente vai se apresentar porque não tem nada a esconder. Não somos criminosos", acrescentou.On
Na sexta-feira, o Corpo de Bombeiros divulgou nota afirmando que 123 salva-vidas foram indiciados por falta ao serviço. Todos serão presos administrativamente, segundo o comando do órgão, e o comandante do 2º Grupamento Marítimo (GMar) da Barra da Tijuca, tenente coronel Ronaldo Barros, foi exonerado do cargo.

Situação tranquila no Rio

O comando da Polícia Militar do Rio informou neste sábado que a situação é tranquila na capital --não houve registro de casos de violência durante a madrugada e a manhã de hoje.
Além dos 11 mandados de prisão expedidos contra os policiais que estavam à frente da paralisação --dos quais dez já foram cumpridos--, outros sete policiais foram presos ontem por desacato e motim. No total, mais de 130 PMs responderão a sindicâncias e/ou inquéritos administrativos por insubordinação já que se recusaram a sair do quartel.
O governo resolveu jogar duro com os policiais que resolveram aderir ao movimento. Os manifestantes já esperavam a prisão dos militares que se recusassem a deixar seus respectivos quartéis e batalhões --estratégia orientada pelo comando de greve.

Prisão de líder

Na quinta-feira (9), a Justiça do Rio havia decretado a prisão preventiva do cabo do Corpo de Bombeiros Benevenuto Daciolo. O bombeiro, que é um dos líderes do movimento, está detido desde a noite do dia 8, administrativamente, sob a acusação de ter cometido o crime militar de incitamento à desobediência. Ele foi preso no Rio após retornar de Salvador, onde acompanhava a greve dos policiais militares baianos.
Daciolo já havia sido preso no ano passado, com mais 400 bombeiros, por terem ocupado o quartel-central da corporação, durante uma manifestação.
Gravações telefônicas divulgadas na quarta-feira pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, apontam que Daciolo falou em inviabilizar tanto o Carnaval baiano quanto o fluminense.

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