quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

PREFEITO DO RIO CONFIRMA 22 DESAPARECIDOS NO DESABAMENTO DOS EDÍFICIOS

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), confirmou nesta quinta-feira (26) que o desabamento de três prédios no centro do Rio na noite de ontem provocou quatro mortes já confirmadas e deixou pelo menos 22 pessoas desaparecidas. As equipes de resgate, no entanto, contabilizam cinco corpos encontrados. A prefeitura não confirma.

Prédios desabam no centro do Rio de Janeiro

Foto 94 de 96 - Escombros dos prédios que desabaram ontem (25), no centro do Rio de Janeiro. As máquinas trabalham para remover o entulho e as equipes de resgate prosseguem com a busca por vítimas que estejam soterradas Mais Rafael Moraes/Uol

As identidades da maioria das vítimas foram fornecidas por parentes que estão recebendo auxílio psicológico na Câmara de Veradores, próxima ao local do acidente. São 20 pessoas que possivelmente trabalhavam nos edifícios, quatro moradores de rua e duas pessoas que "se evadiram", de acordo com o subsecretário da Defesa Civil municipal, coronel Márcio Mota.
Eu tive sorte, parecia o 11 de Setembro. Parecia que estavam jogando entulho de cima do telhado. Eu vi uma laje caindo e saí correndo. Se ficasse, ia cair em mim
Vicente Cruz, entregador de água, que estava em um dos prédios que desabou

"Essas duas pessoas não deixaram qualquer tipo de contato", explicou.

Segundo Paes, os trabalhos do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil vão continuar nesta sexta-feira (27). A expectativa é a de que todos os escombros sejam retirados até o começo da próxima semana. Os caminhões da prefeitura já levaram cerca de 15 mil toneladas de destroços do local, o que corresponde a cerca de 30% do total.

"Nós continuamos com o foco naquilo que é o mais relevante que são as vidas humanas que sofrem nesse momento. A prioridade agora é facilitar o trabalho do Corpo de Bombeiros. Queremos que eles tenham totais condições de desempenhar suas funções sem que haja risco para esses profissionais", disse o prefeito.

Mais cedo, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), decretou luto oficial de três dias no Estado em memória das vítimas. O decreto será publicado no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (27), segundo nota oficial do governo.

Não estou no prejuízo porque consegui sair do prédio vivo. Estava no 9º andar e não sei como desci do prédio, só sei que estou vivo
Gilberto Figueiredo, que estava no local
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Todos os feridos atendidos na rede pública de saúde já receberam alta, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde.
Cinco feridos foram encaminhados ao hospital municipal Souza Aguiar. Quatro deles foram atendidos entre ontem e hoje e já foram para casa: um homem que sofreu apenas escoriações leves; Alexandro Santos, 31, que estava dentro de um dos elevadores do edifício Liberdade e conseguiu ser resgatado após entrar em contato com um amigo pelo celular; um homem de 50 anos, com ferimentos na perna e lesão na córnea; e um homem de 37 anos, com dores abdominais.
A quinta vítima atendida, uma mulher de 28 anos, sofreu um corte na cabeça e passou por cirurgia no hospital. Durante a tarde ela foi transferida, com quadro estável, para a clínica particular Casa de Portugal –procurada pela reportagem, a assessoria da unidade hospitalar disse que não está autorizada pela família a dar informações sobre a vítima.

Um sexto ferido, uma mulher de 48 anos com escoriações superficiais, foi atendido no hospital Getúlio Vargas, mas já foi liberada, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.
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Explosão por gás é pouco provável

Ainda não se sabe a causa do desabamento, mas o prefeito Eduardo Paes (PMDB) descartou na manhã de hoje que o acidente tenha sido causado por alguma explosão proveniente de um vazamento de gás –como ocorreu no restaurante Filé Carioca, que também fica no centro da capital, em outubro do ano passado.

O presidente da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do Conselho Regional de Engenharia (Crea), Luiz Antonio Cosenza, confirmou que estavam sendo realizadas obras no terceiro e no nono andar do edifício Liberdade. Já o engenheiro civil Antônio Eulálio Pedrosa Araújo, consultor do Crea, afirmou ainda que as obras eram ilegais, pois não tinham autorização do conselho.
“Quando o elevador abria no terceiro andar, era possível ver as colunas do prédio sendo marteladas. Eles estavam quebrando tudo”, relembra Teresa Andrade, sócia da empresa BV Cred, correspondente do banco Votorantim, que ficava no 16º andar do prédio. Ela trabalhava no local há três anos e diz que a reforma no terceiro andar acontecia havia seis meses.

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